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Amar

       Amar Amamos, mesmo sem saber, mesmo duvidando, amamos. O que é amar? Pois é, a primeira coisa que vem à cabeça é um certo alguém que você tá afim, seus pais, sua avó, um livro de poesia, um romance de Hollywood. Sem querer te ofender, meu amigo, mas você está alienado. Na real, todos estamos. É claro que há níveis de alienação. Alguns estão tão presos a essa bobagem que acham que amor tem certo ou errado. Que tem forma, e precisa seguir um roteiro. Olha, eu não duvido que você ame sua mãe, ou que aquele poema romântico que você leu, não te lembre o amor. Mas eu só quero te fazer ver, o quanto você é preso a uma realidade que não é sua. Em primeiro lugar, não siga o roteiro. É, acredite, hoje em dia tem até roteiro de como se amar! Tem que sair num primeiro encontro, ele vai abrir a porta do carro pra você, ela vai te dar um beijinho de boa noite, você vai pedir ela em casamento, ela vai usar um vestido branco, vocês vão se casar, morar numa casa com cachorros e filh

Buenos Aires

                                                               Buenos Aires          Eu sempre adorei as férias de inverno. Adorava acordar no cobertor quentinho, abrir a janela e sentir o vento frio que vinha lá de fora. Aquele vento que não era qualquer um, era, o vento de Buenos Aires. Levantei da cama naquele dia, e fui direto para a sala. No fim do corredor, vi o canto de meu bisavô. Lá tinha um quadro, sempre em progresso. Mas, o que eu adorava, eram as gavetas de bijuterias que se enroscavam no arame das esculturas, e as caixas de giz. Andei e vi a clássica sala dos bisavós, um sofá antigo e aconchegante e as poltronas. Vovó Aiê tinha sua poltrona vermelha. Com apoio para os pés, e vovô Leon uma cadeira de balanço de palha cheia daqueles buraquinhos onde eu adorava colocar os dedos. Comecei a ouvir as conversas do outro lado da sala, Olhei para frente e meu olhar encontrou o deles. Meus queridos bisavós, que se sentavam tranquilamente a tomar o café. Vovó Aiê tomava s